Como mesmo sem saber alimentamos a máquina da violência?

Em um mundo onde o som das playlists ecoa como um sussurro de normalidade, esconde-se uma sombra que se alastra, devorando a ilusão de inocência. Cada nota tocada, cada batida ritmada, não é apenas entretenimento; é combustível para uma engrenagem implacável de destruição. Aqui, onde exploramos as trevas que permeiam o cotidiano, revelamos hoje como plataformas como o Spotify, sob a fachada de diversão acessível, canalizam nossos cliques para financiar a automação da morte. Inspirado em relatos que expõem as entranhas desse sistema, mergulhamos no abismo onde o consumo cultural se funde com a violência global. 

Imagine: você aperta o play em sua música favorita, buscando um momento de escape em meio ao caos diário. Mas, por trás dessa simples ação, há uma rede invisível de investimentos que transforma seu gesto em munição para drones letais e sistemas de inteligência artificial projetados para matar. Daniel Ek, o CEO e cofundador do Spotify, não se contenta com os bilhões gerados pela plataforma; ele os redireciona para o coração da máquina bélica. Através de sua empresa de investimentos, Prima Materia, Ek liderou uma rodada de €600 milhões na Helsing, uma startup alemã especializada em tecnologias militares autônomas – drones que voam sem piedade, submarinos não tripulados e algoritmos que decidem alvos com frieza mecânica. Essa empresa, avaliada em €12 bilhões, já fornece ferramentas para o conflito na Ucrânia, onde a guerra se torna um laboratório para a "industrialização da morte em escala".

O terror reside na inconsciência. Cada stream no Spotify – que paga aos artistas meros centavos por reprodução, algo entre US$ 0,003 e 0,005 – engorda os cofres de Ek, permitindo que ele injete fortunas em inovações que automatizam a violência. É como se cada play fosse um microinvestimento involuntário na perpetuação do horror: bombas guiadas por IA, vigilância que anula a humanidade, e um futuro onde a guerra é travada por máquinas impassíveis. No Brasil, onde parcerias com operadoras de telefonia criam um quase monopólio, fugir dessa armadilha é ainda mais sombrio. Os custos de dados fora do pacote nos prendem, tornando o boicote ético uma ilusão distante, enquanto alimentamos, sem saber, o ciclo de destruição.

Mas o Spotify é apenas um tentáculo dessa hidra maior. Pense nas redes sociais que lucram com algoritmos de engajamento, financiando indiretamente divisões sociais que levam a conflitos reais; ou nas gigantes de tecnologia cujos dados alimentam vigilância estatal, transformando privacidade em arma. Vivemos em uma era de terror total, onde o ato banal de curtir uma faixa musical ecoa nos campos de batalha distantes, misturando o ritmo da vida com o som das explosões. A cultura, outrora refúgio, agora é cúmplice silenciosa da barbárie.

Diante dessa revelação, o que resta? Plataformas alternativas como Resonate, Ampled ou Bandcamp surgem como fagulhas de resistência, prometendo modelos cooperativos que priorizam artistas e ética sobre lucro predatório. Greves de conteúdo, design centrado na sociedade – esses são os gritos abafados contra a máquina. No entanto, em um tom de inevitável melancolia, reconhecemos que a mudança é lenta, e o terror persiste. Cada um de nós, ao pausar para refletir, deve confrontar o espelho: estamos dançando no fio da navalha, alimentando involuntariamente o monstro que nos devora.

Com informações de Outras Palavras
Gustavo José
Gustavo José Fascinado pelo mundo do terror e do suspense, sou o fundador do blog Terror Total, onde trago histórias envolventes e arrepiantes para os leitores ávidos por emoções fortes.

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