Na Espanha, arqueólogos encontraram uma adaga de cristal “mágica”

Arqueólogos descobriram uma antiga adaga feita de cristal de rocha em uma das tumbas de Sevilha, na Espanha. Especialistas acreditam que a idade do artefato é de 5.000 anos atrás; poderia ter sido um amuleto para uma pessoa rica.

Um item único encontrado em um lugar único.

Muitas vezes parece que não há espaços em branco nos mapas do nosso planeta e, no entanto, os especialistas reescrevem a história todos os anos, influenciados por dezenas de grandes descobertas arqueológicas. Como exemplo, selecionamos uma descoberta absolutamente sui generis da tumba megalítica de Montelirio Tholos, localizada perto de Sevilha, na Espanha.

A escavação no vasto local antigo começou em 2007 e continuou por três anos. Cinco anos depois, mais ou menos, os cientistas finalmente compartilharam os resultados da pesquisa e revelaram as descobertas únicas.

O que foi encontrado no túmulo?

Arqueólogos descobriram uma variedade de pontas de flecha no sítio de Montelirio Tholos. Crédito: Miguel Angel Blanco de la Rubia

Montelirio Tholos é um sítio arqueológico que felizmente se encontra em excelente estado de conservação. Havia muita atividade humana nesta área, não muito longe da atual Sevilha, mas incluía predominantemente agricultura, pecuária, artesanato e comércio.

Numerosos artefatos de materiais exóticos, como marfim, ouro ou âmbar, bem como cerâmica, pedra, ossos e tecidos foram descobertos no local. O local também é famoso por sua maior coleção de âmbar em toda a Península Ibérica. Além dos artefatos preciosos, os arqueólogos desenterraram os restos mortais de nada menos que 25 pessoas, predominantemente mulheres, dispostas em círculo como se fossem parte de um ritual massivo.

Os túmulos também continham muitas outras coisas que poderiam ser usadas em um rito funerário. De roupas ricamente decoradas a lâminas de ouro parcialmente preservadas. Sem falar que a análise revelou a provável causa da morte de uma grande porcentagem das mulheres – envenenamento.

Sem dúvida, a descoberta mais surpreendente e valiosa foi uma maravilhosa adaga de cristal que os cientistas acreditam ter de 4.500 a 5.000 anos.

Qual era o propósito desta adaga de cristal?

Vamos tirar um momento para admirar o artesanato por trás desta incrível adaga de cristal. Crédito: My Modern Met

Vamos tirar um momento para admirar o artesanato por trás desta incrível adaga de cristal. Crédito: My Modern Met

O único punhal de 22 centímetros foi encontrado em uma câmara separada, com um punho e bainha de marfim preservados que podem ser vistos na imagem acima. Aparentemente, a raridade da descoberta sugere que essa adaga não era algo que as pessoas comuns pudessem pagar. Na verdade, provavelmente era um artefato precioso que as pessoas adoravam ou usavam apenas em rituais específicos.

Em outras palavras, os especialistas não têm certeza sobre o propósito exato da adaga de cristal. Se você me perguntar, não há dúvida de que deve ter sido significativo. Não só é o único artefato de seu tipo, mas também foi encontrado em uma câmara completamente diferente de todo o resto. O problema é que talvez nunca entendamos seu propósito real.

Os cristais sempre tiveram um lugar e significado especiais, principalmente ligados ao simbolismo, magia e energia. Instrumentos de cristal foram descobertos em várias ocasiões em túmulos e assentamentos deste período.

Por último, mas não menos importante, devemos observar o alto grau de habilidade necessário para processar esse material há 5.000 anos. Muitas adagas semelhantes deste período foram encontradas, mas uma feita de cristal é definitivamente algo incomum. Esses fatos mais uma vez nos lembram que as habilidades dos antigos definitivamente ultrapassam os limites de nossa compreensão. 

A pesquisa sobre a adaga de cristal e todos os outros artefatos se encontram em andamento até o momento em que este artigo foi publicado. O sítio Montelirio Tholos poderia responder a muitas perguntas que temos sobre as culturas que habitaram a Península Ibérica há 5.000 anos, embora todos saibamos que as novas descobertas muitas vezes trazem mais perguntas do que respostas.