Ceifadora de Crianças: a Lenda da Bruxa de Ferro


A lenda da Bruxa de Ferro é uma história urbana brasileira que envolve mistério e terror, geralmente contada em ambientes como hospitais infantis ou orfanatos. Embora haja algumas variações, o cerne da lenda é o seguinte:

Conta-se que, há muito tempo, em um hospital que tratava crianças com problemas ósseos, havia uma enfermeira de comportamento estranho. Essa enfermeira teria desenvolvido uma fixação doentia por uma das crianças internadas, cujo estado de saúde era muito delicado e que utilizava aparelhos ortopédicos de ferro.

Movida por uma compaixão deturpada ou loucura, a enfermeira decidiu "acabar com o sofrimento" da criança e a matou, desligando os aparelhos que a mantinham viva. Em um ato macabro para manter a criança sempre "por perto", a enfermeira teria pego os aparelhos de ferro que a menina usava e os adaptado ao seu próprio corpo.

O peso da culpa e a loucura a levaram a um fim trágico. Em algumas versões, ela se joga em um poço no terreno do hospital; em outras, em um fosso de elevador. Seu espírito, no entanto, não encontra descanso.

A lenda diz que a Bruxa de Ferro assombra o local onde morreu, arrastando seus membros rígidos e causando um som metálico aterrorizante. Sua aparência é descrita como deformada, com as ferragens retorcidas presas ao seu corpo. Ela continua buscando crianças, não para cuidar, mas para quebrar seus ossos e colocar as dolorosas estruturas de ferro nelas, revivendo seu ato insano. Crianças que ficam sozinhas ou perambulam pelos corredores à noite são seus alvos preferenciais.

Dizem que, nas noites mais silenciosas, quando o hospital parece abandonado e as luzes piscam sem motivo, o som do metal ressoando pelo corredor anuncia sua presença. Os poucos que ousam caminhar pelo local durante a madrugada relatam ouvir os rangidos acompanhados por uma respiração ofegante, como se algo estivesse se arrastando lentamente, observando cada passo com intenção sombria.

Em algumas versões da lenda, as marcas de suas vítimas podem ser encontradas nas paredes e no chão do hospital, arranhões profundos que parecem ter sido feitos por dedos de ferro. Algumas crianças que sobreviveram ao encontro com a Bruxa de Ferro falam sobre uma figura sombria que sussurrava em seus ouvidos, prometendo livrá-las de toda dor. Mas a promessa nunca era de cura, e sim de sofrimento eterno.

Os funcionários do hospital evitam discutir o assunto, mas há registros inexplicáveis de aparelhos desaparecendo, de portas que deveriam estar trancadas sendo encontradas abertas e de pacientes que relatam ver uma figura estranha parada na porta de seus quartos. Dizem que, aqueles que a enxergam, jamais esquecem seus olhos sem vida e sua mão fria e metálica tentando alcançá-los. Alguns, aterrorizados, sequer conseguem falar sobre o que viram.

Se alguém for corajoso o bastante para descer pelos corredores escuros do hospital após o cair da noite, dizem que é apenas uma questão de tempo até ouvir o som inconfundível do ferro se arrastando contra o chão, e perceber que não está mais sozinho.

Outras versões da lenda nos contam que, com o passar dos anos, o hospital foi desativado e, na tentativa de dar um novo propósito ao local, um orfanato foi inaugurado onde antes eram os corredores de sofrimento e morte. A ideia era transformar o espaço em um ambiente acolhedor para crianças sem família, apagando o passado sombrio que ali persistia. No entanto, as histórias nunca deixaram de circular entre os moradores e funcionários.

Desde a inauguração, eventos inexplicáveis começaram a acontecer. Crianças afirmavam ouvir sussurros durante a noite, vozes suaves e frias que prometiam aliviar sua dor. Algumas diziam ter visto uma mulher arrastando-se pelo chão, seus membros envoltos em ferro, movendo-se como se estivesse à procura de algo—ou de alguém.

Os cuidadores do orfanato tentavam descartar esses relatos como fruto de imaginação infantil, mas as evidências tornavam isso cada vez mais difícil. Objetos sumiam, camas eram encontradas deslocadas de seus lugares, e marcas de arranhões apareciam misteriosamente nas paredes e portas, como se mãos metálicas tentassem atravessá-las.

Na ala mais antiga do orfanato—onde antes ficavam os quartos hospitalares—, o ambiente era sempre mais gelado que o restante do prédio, e as luzes falhavam constantemente, mesmo após diversas tentativas de reparo. Algumas crianças começaram a recusar dormir ali, dizendo que sentiam alguém se aproximando lentamente durante a noite, o som de ferro raspando contra o chão ficando cada vez mais alto até o momento em que, aterrorizadas, cobriam a cabeça e esperavam que aquilo fosse embora.
Gustavo José
Gustavo José Fascinado pelo mundo do terror e do suspense, sou o fundador do blog Terror Total, onde trago histórias envolventes e arrepiantes para os leitores ávidos por emoções fortes.

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